segunda-feira, 11 de junho de 2012

O primeiro dia da minha vida.


Porque há dias em que a garganta aperta. Basta cair uma gota de água para que a tempestade se abata sobre a nossa cabeça. Sentes que a vida te foge e tu só queres mudar. Mudar para melhor, mudar para pior, mas mudar para diferente. Não há quem te sossegue e não há que te incomode. Só queres sair daqui para outro lado, de céu aberto e ar fresco. Queres deixar de tentar controlar e vida para que esta tome as rédeas e te leve a um sítio qualquer. Afinal temos de deixar a vida fazer aquilo que é a sua função… Viver-se.

“Um destes dias dou-te a mão e vamos viver para uma cabana na Ásia ou em África. Isso é que vai ser!

Esse será o primeiro dia das nossas vidas."

segunda-feira, 21 de maio de 2012

As fitas...

Hoje levantei-me e a primeira coisa que fiz foi pegar na fita da sara do Sara. Já a tinha recebido Sábado mas só hoje a fui buscar. Talvez a dominguice tão normal aos domingos me tenha impedido de a ler. Ainda não a li. Não tenho medo e muito menos preguiça. Apetece-me lê-la! Não duvido, no entanto, que vai ser emotivo… É o fechar de uma etapa realmente importante da minha vida. Há cinco anos embarquei na jornada de me formar como profissional de Psicologia. No caminho formei-me mais como pessoa do que outra coisa qualquer. Fiz amigos cujos sorrisos estarão para sempre gravados na minha memória. Passei momentos de uma tristeza destruidora e de uma alegria mágica! Dentro e fora das paredes da faculdade, a minha vida foi sendo pautada pelas relações que formei lá dentro e, por isso, estarei eternamente agradecido aos que lá me marcaram.
Não gosto destas coisas. Não é bem não gostar, nunca liguei. Acabei o liceu, o secundário e via muita gente à minha volta com desgosto por deixar os amigos e a escola que tanto adoravam. Eu gosto das escolas mas não vejo a necessidade de lá ficar muito tempo, torna-se chato! Quanto aos amigos, os verdadeiros prevalecem independentemente da escola nos abriga. Não queria e não podia, no entanto, deixar de assinalar estes anos que tanto fizeram por mim. Repito, não me parece que vá ter saudades desta faculdade, e acredito que os amigos me irão acompanhar, mas é um marco, uma viragem. Nesta altura, deixo de ser o que sempre fui para ser o que nunca antes tinha sido; passo de estudante a profissional. E por isso mesmo os últimos cinco anos me surgem na mente de uma forma tão emotiva. Conheci gente que me mostrou os significados da vida, até porque percebi que são muitos! Aprendi que eu sou o futuro! Sou eu a minha própria máquina do futuro. Não das normais que nos levam até lá. Sou a máquina que constrói o meu futuro. Essa é a mais preciosa de todas. Tão importante como isto, descobri que em conjunto somos a máquina do futuro da nossa sociedade. De nós, em conjunto, nasce o que queremos que a Humanidade seja quando mostrarmos o Mundo aos nossos netos.
Mais que lembranças e recordações, estes últimos cinco anos mudaram-me a alma.

Esta é a minha fita para vocês. 

Obrigado.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Escrever.

Escreve, escreve, escreve. Agora não faço mais nada! Escrever!

Ao menos custa-me menos a adormecer.

terça-feira, 13 de março de 2012

Insónia.

Mais uma para a conta. Repetem-se, de forma cada vez mais frequente, as noites em que me custa a adormecer. É estranho mas intrigante a forma como os pensamentos fluem. Apaga-se a luz, faz-se silêncio e PUM! Começa o martelo a bater-me na cabeça com uma força desgraçada. Não dói nem nada... Angustia-me! Não disse "um martelo", mas sim "o martelo" porque sei que martelo é, e é sempre o mesmo. Tenho nas minhas mãos, há já alguns meses, o poder para parar esse martelo, mas durante o dia ele parece não existir. Ou pelo menos é mais fácil fazer de conta que ele não existe. No entanto, à noite, bate directamente no estômago, aperta-me a garganta e quase me dá vontade de explodir num misto de gritos e lágrimas até que ninguém à minha volta consiga ficar indiferente a esta incessante martelada. À noite custa mais. Parece que um Mundo mudo e preto nos deixa mais atentos à vida. Saímos de nós próprios para criticar o que fizemos mal ou, no meu caso, o que não fiz de todo, durante os dias que vão passando. No entanto, não consigo afastar de mim as consequências impetuosas que irão recair sobre a minha pessoa. Sim, é mais um dos efeitos do acto de adormecer: amplifica as consequências de um problema até ao mais cenário mais dramático que a nossa fértil imaginação pode criar. Apetece-me perguntar aos mais próximos "Continuo a ser eu se falhar nesta tarefa?" e "Continuas a gostar de mim?", ou então àqueles que não me são próximos mas que esperam o meu sucesso "Terei uma segunda oportunidade ou vai riscar-me do livro das oportunidades para sempre?".
Ás vezes penso o quão mais fácil seria fugir para um sítio sem estas pressões. Há locais no Mundo bem mais pacíficos em que a nossa única preocupação do dia-a-dia é decidir entre respirar com a boca ou com o nariz (embora a última hipótese seja mais saudável). Nestes sítios nunca iremos longe porque não precisamos de ir, nascemos, crescemos, aprendemos skills com os nosso progenitores, contribuímos para a sociedade em que estamos, retiramos dela todo o prazer de uma ausência de preocupação sobre o nosso rumo visto que ela o traça por nós, aproveitamos o fim do dia com uma bebida na mão, a família na outra e os amigos em redor... Onde é isso? Quero mesmo isso? 
Já devia ter começado a escrever a tese há muito. Agora, não consigo dormir.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

As pessoas

Hoje o meu avô veio ter comigo, deu-me um papel e disse "lê isso". Eu peguei no papel que dizia o seguinte:

"As coisas acontecem, sucedem e a gente aproveita ou não.Há um jogo de meninos que, em Portugal, se chama cama de gato: os meninos atam um cordel em círculo, depois fazem assim com a mão, vem outro e faz uma complicação qualquer, mete o dedo e faz outra complicação, vem outro ainda e quando aos dedos faz assim e tira, e forma outra figura. Este jogo chama-se cama de gato. Então, eu acho que na vida o que há, é um jogo perpétuo de crianças com a cama de gato, que a vida vem de vez em quando e apresenta-nos um problema, olhamos e vemos como é que havemos de tirar, depois metemos os dedos, fazemos assim e sai outra coisa.  É que toda a nossa habilidade é tornar a ser crianças para ver como sai a cama de gato."

Prof. Agostinho da Silva

Não há maior verdade do que admitir que o que a vida nos dá é resultado daquilo que fazemos dela. Mas, como na cama de gato, a maior parte das vezes não sabemos qual a complicação que nos surge após a descomplicação anterior.

Obrigado avô.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O Real Sonho.

Há umas noites atrás sonhei. Sonhei duas vezes numa única noite. Ou melhor, sonhei uma vez durante a noite e sonhei a segunda já de manhã. 
Acordei assustado com um pesadelo daqueles que nos deixam o coração aos pulos, daqueles que metem medo. Olhei para o quarto em redor e reparei num pequeno fio de luz que se esgueirava entre a portada e a parede. Estava confortavelmente quente e sentia o frio fora dos lençóis. Decidi deixar-me ficar a ver no que aquilo dava; "pode ser que volte a adormecer", pensei eu... E voltei mesmo. Mal eu sabia da reviravolta que ia acontecer.
Quando dei por mim estava na Quinta do Fojo rodeado de gente e cães, muitos cães, alguns que conhecia, outros nem tanto. Havia uma grande confusão - confusão de festa, confusão boa, feliz - e nem me lembro bem o que estava a acontecer como é típico dos sonhos. Eis quando o meu primo entre numa pequena guerrilha amistosa comigo e começa a correr atrás de mim. Depois de corridos uns quantos metros, atravesso a janela virada para a Serra e, após um pequeno empurrão com os pés, dou por mim a voar com uma suavidade e fluidez incrivelmente reais. Estava a voar, eu estava realmente a voar! Sentia o ar na cara e a brisa a percorrer-me os cabelos. Via tudo cá de cima e nada me conseguia para. Estava livre como nunca e sentia aquela felicidade que nos enche o peito ao ponto de rebentar! Só me apetecia gritar toda a alegria que me corria nas veias! Lá de baixo ainda oiço o meu primo gritar "Fogo assim não vale!" ao que eu respondo "Este sonho é tão bom! Não quero que acabe nunca!". No momento da minha resposta apercebo-me de que realmente estou a sonhar. O mais fantástico disto tudo é que obriguei toda a minha consciência a memorizar todos e quaisquer pormenores daquela situação. Sabia que aquilo ia acabar e, portanto, disse a mim mesmo: "Vou tornar isto realidade". 
De repente acordei. Tão satisfeito com este sonho como assustado com o anterior. Nunca me tinha acontecido. Foi delicioso voar. Eu senti o voar. Acho que quando me apercebi que era realmente um sonho, ainda estava a sonhar e isso permitiu-me fazer um esforço maior para registar o que se passava. Senti um sonho sabendo que este ia acabar. Foi efémero mas real. Não há uma lembrança nublada do sonho, há uma recordação. Pergunto-me o seguinte: se não consigo encontrar diferenças entre a minha recordação deste sonho e a recordação da minha última viagem para Lisboa, porque é que uma delas é mais real que a outra? Não é! Eu não quero que seja, não sinto que seja, nem é! Foi um sonho real, porque o vivi!

Eu voei!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Falar.

Ontem falámos, hoje falámos e amanha falaremos.
Entendemo-nos.
As pessoas mudam.
Ás vezes deixam de se entender.
Ás vezes entendem-se na mudança.
Tenho de receio de um dia não a entender.
Tenho receio que um dia ela não me entenda.
Quero mudar com ela.
Quero entendê-la.
Quero que me entenda.
Espero que nos entendamos sempre.